segunda-feira, 18 de abril de 2016

FACES DA MOEDA: Sua nova webnovela!

Olá, pessoal! Venho aqui informar que dia 16 de maio estreará minha nova webnovela, chamada Faces da Moeda (clique aqui para acessar o blog da webnovela). A previsão inicial é que a trama tenha 155 capítulos, podendo ter mais capítulos, dependendo do andamento da trama e da recepção dela no blog destinado à sua publicação.
Não perca as próximas emoções da sua nova webnovela que estreia no próximo dia 16 de maio. Nos vemos lá!

quinta-feira, 10 de março de 2016

AUDIÊNCIA DETALHADA: A Virada

A VIRADA
Uma webnovela de Heyner Mercado
META: 10 PONTOS
ESTREIA: 12 de maio de 2014
TÉRMINO: 12 de setembro de 2014
107 capítulos 

SEMANA 1: 12/05 a 17/05/2014: 10 | 7 | 6 | 6 | 6 | 7 = 7
SEMANA 2: 19/05 a 24/05/2014: 8 | 8 | 7 | 8 | 7 | 10 = 8
SEMANA 3: 26/05 a 31/05/2014: 8 | 7 | 8 | 8 | 7 | 9 = 8
SEMANA 4: 02/06 a 07/06/2014: 9 | 8 | 9 | 9 | 13 | 13 = 10
SEMANA 5: 09/06 a 14/06/2014:  9 | 8 | 8 | 8 | 8 | 8 = 8
SEMANA 6: 16/06 a 21/06/2014: 9 | 10 | 8 | 8 | 8 | 9 = 9
SEMANA 7: 23/06 a 28/06/2014: 10 | 8 | 8 | 8 | 9 | 9 = 9
SEMANA 8: 30/06 a 05/07/2014: 9 | 9 | 8 | 8 | 8 | 9 = 9
SEMANA 9: 07/07 a 12/07/2014: 10 | 10 | 10 | 9 | 9 | 9 = 10
SEMANA 10: 14/07 a 19/07/2014: 10 | 10 | 9 | 10 | 10 | 11 = 10
SEMANA 11: 21/07 a 26/07/2014: 11 | 10 | 10 | 11 | 12 | 10 = 11
SEMANA 12: 28/07 a 02/08/2014: 10 | 10 | 11 | 10 | 11 | 11 = 11
SEMANA 13: 04/08 a 09/08/2014: 11 | 11 | 10 | 11 | 10 | 11 = 11
SEMANA 14: 11/08 a 16/08/2014: 12 | 11 | 11 | 12 | 11 | 13 = 12 
SEMANA 15: 18/08 a 23/08/2014: 14 | 12 | 12 | 12 | 13 | 13 = 13
SEMANA 16: 25/08 a 30/08/2014: 14 | 14 | 14 | 13 | 13 | 14 = 14
SEMANA 17: 01/09 a 06/09/2014: 14 | 14 | 15 | 16 | 16 | 16 = 15
SEMANA 18: 08/09 a 12/09/2014: 16 | 16 | 17 | 20 | 22 | ## = 18

MÉDIA GERAL: 10,72 (11 PONTOS)

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

CAPÍTULO 107 - ÚLTIMO CAPÍTULO




         CENA 1: Todos encaram aflitos doutor Otacílio.
         -Olha, ele teve uma hemorragia fortíssima no coração, perdeu uma quantidade muito grande de sangue...
         Flávio se desespera acreditando que tenha acontecido o pior.
         -Fala logo, doutor! Eu aguento ouvir a verdade! - fala Flávio, já chorando.
         -No entanto, nosso banco de sangue estava cheio do tipo sanguíneo dele, que é receptor universal. Ainda assim, para conter a hemorragia, demorou e chegou ao ponto de ele ficar sem batimentos. Fizemos de tudo e ele já estava sendo considerado clinicamente morto quando ele apresentou novamente pulsação. Depois disso as funções vitais dele normalizaram rapidamente e pudemos concluir a cirurgia. É praticamente um milagre, mas Miguel sobreviveu e está se recuperando rapidamente.
         Todos vibram. Rômulo e Flávio se abraçam emocionados e choram de alívio.
         -Como foi que ele voltou? - pergunta Sônia.
         -Não sabemos dizer. Mas esse rapaz tem vontade de viver mesmo, hein? Só isso para explicar ele voltar a apresentar batimentos e minutos depois já estar com as funções vitais normalizadas, pressão arterial perfeita... só aviso para vocês esperarem um pouco que ele ainda pode demorar a acordar da sedação. Mas posso lhes garantir que ele está completamente fora de perigo e só será mantido na UTI até recuperar a consciência.
         Flávio beija a mão de Otacílio.
         -Muito obrigado por salvar a vida do meu marido! Mãos santas essas tuas! CORTA A CENA.

         CENA 2: Uma passagem de tempo acontece e na tela aparece UM ANO DEPOIS. Nadir, Flávio, Miguel, Fabiano, Fernanda, Pâmela, Veridiana, Henrique, Paulo e Giordano estão na ONG quando a campainha toca. Flávio estranha.
         -Ué, vocês estão para atender algum caso agendado para se orientar pessoalmente conosco?
         Todos acenam negativamente com a cabeça.
         -Bem, vou atender pra ver quem é à essa hora da tarde.
         Flávio abre a porta e depara-se com Patrícia e Fabrício.
         -Vocês!
         -E aí, não vai dar um abraço na sua velha amiga? - convida Patrícia, já abraçando Flávio.
         -Nadir, Paulo, Henrique, Diana! Venham cá! - grita Flávio.
         Os quatro vão até a entrada da ONG. Nadir se emociona ao ver a filha.
         -Minha menina!
         As duas choram de emoção ao se reencontrarem. Paulo e Henrique cumprimentam Fabrício.
         -Demoramos, mas voltamos! - fala Fabrício.
         -Nossa, pensei até que vocês tinham esquecido de nós! - brinca Miguel, que chega naquele momento para receber os amigos.
         -Vamos, queridos... sentem-se! - convida Nadir.
         -Quase dois anos longe da gente, hein? E que mudança, filha! Tá linda! Contem como foi tudo nesse tempo no exterior... - fala Paulo.
         -Foi um custo pra conseguir a documentação retificada no consulado brasileiro lá no Canadá, viu? Mas pelo menos tive tempo de investir no meu sonho e hoje sou uma mulher completa, de corpo, alma e documentos! - fala Patrícia, visivelmente emocionada. Todos seguem a conversar sobre o tempo em que Patrícia e Fabrício ficaram no exterior. CORTA A CENA.

         CENA 3: Lucas acompanha Rômulo numa famosa livraria do Rio de Janeiro para uma sessão de autógrafos de seu livro, que é um sucesso. A fila formada para Rômulo autografar os exemplares é gigantesca. Lucas vibra.
         -Eu ainda não consigo acreditar que o teu livro alcançou esse sucesso todo, por todo o país!
         -Nem eu tou acreditando bem ainda, amor. Parece que não caiu a ficha, mas tá acontecendo! E veja onde a gente tá! Na minha terra, no meu lugar, no meu chão! Nunca imaginei que minha volta pro Rio de Janeiro ia ser assim... eu sendo famoso e com tanta gente querendo que eu autografe os exemplares do meu livro!  - fala Rômulo.
         -O papo de vocês deve estar realmente ótimo, mas além de mim, tem um monte de gente esperando pelo seu autógrafo, Rômulo Moreira! - fala uma jovem leitora, bem humorada. Quando ela pega seu livro, se pode ver o título A VIRADA na sua capa.
         -Oh, desculpe! Não foi minha intenção deixar esperando! Dedico a quem?
         -A Liliane Martins.
         Rômulo autografa o livro da jovem e segue a autografar vários outros livros até ser abordado por um de seus leitores novamente.
         -A quem dedico?
         -A ninguém.
         -Como assim, meu senhor?
         -Já te explico, Rômulo. Me chamo Bruno Oliveira Soares e sou diretor de uma emissora de TV.
         -Sim, mas então por que eu não posso dedicar o livro a você?
         -Por um motivo muito simples. Há algum tempo, recebi a ordem do presidente da emissora para que eu buscasse novos talentos, novos autores para a teledramaturgia da nossa emissora.
         -O que você quer dizer com isso?
         -Que seu livro tem um potencial dramatúrgico incrível! Você não leu as últimas críticas que foram publicadas?
         -Li sim, mas daí a acreditar completamente em tudo o que dizem do meu livro...
         -Pois deveria. Eu gostaria de te convidar para adaptar o seu livro para a TV, para a nossa emissora. Transformar numa novela, entendeu?
         Rômulo não cabe em si de felicidade e Lucas o abraça. Porém, Rômulo cai em si de uma questão.
         -Eu tou muito feliz pelo convite, de verdade. Mas se você está pensando que vou fixar residência aqui no Rio de Janeiro, está enganado. Ainda essa semana volto pro Rio Grande do Sul, porque lá é o meu lugar, onde está meu coração. Sendo assim, eu fico honradíssimo pelo seu convite, mas não vou poder aceitar...
         -Vai aceitar sim. A ordem da presidência da emissora para a procura desses novos talentos entre jovens autores é justamente porque temos nossas emissoras afiliadas e, não sei se você lembra, a afiliada do Rio Grande do Sul inaugurou recentemente estúdio próprio para a gravação de novelas e séries... O meu convite é para que a novela, caso você aceite a proposta, seja produzida lá mesmo, no Rio Grande do Sul, mas para ser exibida em todo o país.
         Rômulo ouve a toda proposta incrédulo. CORTA A CENA.

         CENA 4: Há mais uma passagem curta de tempo e na tela aparece ALGUM TEMPO DEPOIS. Na casa de André, a câmera foca nele e em Ernestina, a brincar com a menina que eles adotaram.
         -Não é uma graça a Lavínia, amor? Olha como ela ri para a gente!
         -É realmente uma criança abençoada... - fala Ernestina, claramente desanimada. André percebe a tristeza em sua esposa.
         -O que foi, Tina? Até ontem tava tudo tão bem...
         -Se esqueceu que dia é hoje?
         -Segunda-feira, o que que tem?
         -Hoje é 18 de janeiro. Dia que o Leonardo faria aniversário, se estivesse vivo...
         -Poxa, eu pensei que você tinha renegado ele...
         -Reneguei. Mas quando chega o dia do aniversário dele, sou tomada por uma dor, uma sensação de fracasso que não sei se um dia vai sair de mim...
         -Talvez você se livre dessa sensação sendo mãe da nossa pequena Lavínia. Ela merece o nosso amor e o nosso melhor... no que depender de mim, pelo menos, ela nunca vai saber que foi abandonada recém-nascida pela própria mãe há dois meses...
         -E o que vamos contar a ela?
         -Que a mãezinha biológica dela foi pro céu...
         Ernestina se levanta.
         -Se anima, amor!
         -Pelo menos hoje, deixa eu sentir minha dor.
         Ernestina se fecha em seu quarto e chora por Leonardo. CORTA A CENA.

         CENA 5: No fim de semana seguinte, uma grande festa é feita no salão de festas do prédio onde moram Clara e Helena, em comemoração ao casamento de Matheus e Fabiano, ocorrido durante aquela semana. Miguel, Flávio, Rômulo, Lucas, Valdir, Sandra, Antonella, Bernardo, Daniela, Fernanda, Pâmela e seus respectivos filhos mais crescidos, Paulo, Giordano, Patrícia, Fabrício, Nadir, André, Ernestina, Veridiana e Henrique comparecem à festa e parabenizam, um a um, o novo casal. Fabiano transborda de felicidade, assim como Matheus. Quando a festa já está mais avançada, os dois vão para uma mesa ao canto do salão, para poderem ficar sozinhos.
         -Enfim, casados! - fala Matheus.
         -Pra mim, nós já estávamos casados há muito tempo... é ou não é? A gente leva uma vida e comum há quase dois anos, estamos juntos em quase tudo, somos melhores amigos... - fala Fabiano.
         -Mas agora há o reconhecimento da lei. Não ficaremos desamparados, temos agora nossos direitos garantidos e a lei nos reconhece!
         -Isso é verdade, amor... mas às vezes fico pensando que ainda sou muito jovem pra adotar uma criança, por exemplo... não me sinto preparado.
         -Não se pressiona, Fabiano. Eu tou tranquilo com a vida que nós temos... quando for a hora certa de a gente adotar um filho ou uma filha, a gente vai saber, porque a gente vai sentir isso junto. E depois, eu tou feliz com a mãe e com a irmã que a vida me deram de presente...
         Helena e Clara, que estavam chegando naquele momento, escutam as palavras de Matheus. Helena se emociona e abraça Matheus.
         -Tu vai ser sempre um filho pro meu coração...
         -E tu uma mãe pro meu... - fala Matheus.
         -Ei, mas nada de ficar roubando a atenção por muito tempo que a mãe é minha! - brinca Clara.
         -Não tou dizendo, Fabiano? Até a irmã chata tá no pacote! - brinca Matheus.
         Todos riem e levantam-se para dançar. Instantes depois, Matheus e Fabiano procuram Rômulo e Lucas.
         -Sucessão que tá fazendo o livro, hein? - fala Fabiano.
         -Nunca imaginei que eu ia poder viver tranquilo só de escrever... - fala Rômulo.
         -Por falar nisso, a quantas anda a produção da novela baseada no livro? - pergunta Matheus.
         -Terminei de adaptar o texto semana passada. Quando assinei o contrato com a emissora eu exigi que a novela só entraria em produção a partir do momento que eu finalizasse a adaptação do texto por completo. - revela Rômulo.
         -Mas quando a novela deve estrear? - pergunta Matheus.
         -A produção começou essa semana e o elenco já estava previamente escalado. Daqui dois meses a novela estreia. - revela Rômulo.
         Todos seguem ao clima da festa. CORTA A CENA.

         CENA 6: No dia seguinte, Veridiana se acorda furiosa na casa de Henrique, por ter perdido o horário de se acordar. Raivosamente, ela cutuca o namorado.
         -Acorda, pamonha!
         -O que foi agora, Diana? - pergunta Henrique, atordoado de sono.
         -O que foi pergunto eu. Você viu que horas são? Nove horas! Eu deveria estar em pé desde as oito e meia e você foi incapaz de me acordar pra eu me arrumar pro meu trabalho!
         -Ah, o que tu quer reclamando agora, garota? O trabalho é meu ou é teu? De quem é a responsabilidade de se acordar na hora certa pra não haver atraso? Me diz!
         -Não vem jogando a culpa em cima de mim, porque você sabe muito bem que a gente devia ter parado de transar antes das duas da manhã!
         -Ah, sim, claro! Tu que não saía de cima de mim e a culpa é minha? Aposto que tu se acordou nesse azedume todo porque se esqueceu de ligar o despertador do celular e mais uma vez tá descontando a raiva de ti mesma em cima de mim...
         Veridiana cai em si e faz expressão chorosa.
         -Tá... foi bem isso. Você me conhece mesmo, hein?
         -Por isso que eu te amo, sua boba!
         Os dois se beijam. CORTA A CENA.

         CENA 7: O tempo passa e na tela aparece DOIS MESES DEPOIS. Rômulo e Lucas estão numa coletiva de imprensa de lançamento da novela. Em meio à imprensa, estão lá Miguel, Flávio, Sônia, Fabiano, Matheus, Helena, Clara, Fernanda, Pâmela, Laís, Luciana, Bernardo, Daniela, Valdir, Sandra, Antonella, Nadir, Paulo, Giordano, Henrique, Veridiana, Patrícia, Fabrício, Otília, Breno, Francisca e Murilo. Os jornalistas começam a fazer as perguntas.
         JORNALISTA 1: Desde o lançamento do livro até o pré lançamento da novela de hoje, em nenhumas das entrevistas concedidas por você, ficou claro o motivo pelo qual você batizou tanto o livro quanto a novela de "A Virada". Poderia nos dizer?
         Rômulo começa a falar.
         -Claro, com o maior prazer! Sempre gostei de títulos sucintos, tanto que sempre prefiro autores que dão títulos curtos às suas obras. Acho mais original, porque instiga o leitor e, nesse caso, o telespectador, a partir da próxima semana, a buscar concluir por conta própria o motivo pelo qual a obra foi batizada com aquele nome. "A Virada" surgiu de maneira natural enquanto eu começava a escrever o livro e constatei que as histórias que eu contava eram cheias de pequenas e grandes viradas, como a vida da gente...
         JORNALISTA 2: Por falar em histórias e vida da gente, é verdade que "A Virada" é baseada em histórias reais de pessoas próximas suas?
         Rômulo começa a responder.
         -Eu não diria baseada na vida dessas pessoas, mas certamente inspirada. Livremente inspirada, rasgadamente inspirada. Sei que meus amigos gostaram muito do que leram e espero que eles gostem da mesma maneira do que vão assistir nos próximos quatro meses na TV. Tanto meu livro quanto a novela são inteiramente dedicadas aos meus queridos amigos, porque se não fossem eles, hoje eu não estaria aqui. "A Virada" é, acima de qualquer coisa, um grande "muito obrigado, meus amigos", um sinal de gratidão.
         JORNALISTA 3: Você manteve os nomes desses amigos na ficção ou mudou os nomes?
         Rômulo responde.
         -Evidente que mudei os nomes. Não somente os nomes, por sinal. Como já expliquei a vocês, "A Virada" se inspira rasgadamente na vida desses meus amigos, mas não se baseia. Modifiquei alguns acontecimentos, diminuí a importância de outros, acrescentei tantos outros... tudo não apenas para protegê-los e mantê-los no anonimato, mas também como uma maneira de mostrar que a vida de todos nós dá um livro... ou uma novela.
         JORNALISTA 4: Você teme críticas pela recorrente temática espírita do livro, que será passada também para a novela?
         -Em momento algum. Mesmo eu, Rômulo Moreira, sendo um grande simpatizante do espiritismo, não me considero espírita. Os relatos contidos no livro sobre o Plano Espiritual foram repassados por grandes amigos meus espíritas. Não vou, logicamente, me comprar ao Allan Kardec, que codificou o espiritismo sem ser um espírita... Apenas senti a necessidade de acrescentar tais relatos á história.
         JORNALISTA 5: Você teme que a audiência da TV não corresponda ao sucesso do livro? E como simpatizante do espiritismo, você acredita que todas as pessoas podem mudar?
         Rômulo responde.
         -Em momento algum, mesmo porque a minha função foi adaptar o texto para a TV. Minha função é escrever... a função de ficar preocupado com os números de audiência é da emissora. Bem, quanto a eu acreditar ou não que as pessoas possam mudar, devo dizer que isso é um tanto relativo... CORTA A CENA PARA...

         ...CENA 8 - CENA FINAL: Ao fundo, ainda se ouve a voz de Rômulo a responder à pergunta da coletiva de imprensa, enquanto a câmera paira sobre o centro da cidade e foca na movimentada Voluntários da Pátria. Segue a voz de Rômulo.
         "É relativo porque só muda quem aceita que a vida é um constante processo de mudança. Quem não aceita a mudança, não aceita a vida, ou a vida que leva. Acredito que o estado natural do ser humano é a adaptabilidade, porque as mudanças são inevitáveis. Ou nós mudamos com a vida, ou a vida se esquece da gente... ou desiste mesmo. Há quem obtenha algum êxito por algum tempo mesmo resistindo à todas as mudanças que a vida joga na cara da gente, há até quem desafie a tudo e a todos, uns óbvios, outros nem tanto... outros até mesmo rindo na cara do perigo. Mas não saem do lugar porque nunca mudam. Há pessoas que nunca mudam"
         A câmera foca em Leonardo, no meio do alvoroço da Voluntários da Pátria, lutando por sua sobrevivência.
         -Compro ouro, vendo ouro! Compro cabelo!
         Leonardo segue a gritar as mesmas coisas na tentativa de ganhar algum dinheiro. Uma senhora idosa se encanta com o jeito dele.
         -Boa tarde, menino!
         -Quem é a senhora?
         -Oh, desculpe... não me apresentei. Sou a Lícia. Olha, menino, não tenho nem ouro nem cabelo pra te oferecer, mas tou te achando magrinho demais. Se quiser fazer um lanche sem pagar nada, vá na minha lanchonete que fica aqui perto. Vou deixar o cartão contigo. Qual é o teu nome, menino?
         -É Miguel. Meu nome é Miguel. Mais tarde eu passo lá, ok? Preciso voltar ao trabalho.
         A senhora se afasta e Leonardo segue com o único trabalho que lhe restou na vida.
         -Compro ouro, vendo ouro!
         A câmera congela e ao fundo a voz de Rômulo ecoa: "Há pessoas que nunca mudam".



FIM?